Autor: Erivaldo Alencar.
Letra: 01 06 2020 emúsica:
Quando vou pro meu lugar
Para poder descansar
Eu não consigo parar
Percorrendo meu sertão
Buscando me divertir
Forte emoção a sentir
Na mata sempre a ouvir
A passarada em quadrão.
Jogo bola no terreiro
Depois vou ao taboleiro
Na sombra do juazeiro
Balbucie uma canção
Com a lua cor de prata
Prateando a verde mata
Ouvindo numa cascata
A passarada em quadrão.
Quando vou pro meu lugar
Para a saudade matar
Meus olhos a lagrimar
Molhando a face do chão
Ao cantar do sabiá
Se aproxima o carcará
Ouço de lá e de cá
A passarada em quadrão.
Nas madrugadas bem cedo
Nos ramos do arvoredo
Ouço cantar sem segredo
A juriti e o cancão
Na aroeira a cauã
No açude a jaçanã
Contemplo pela manhã
A passarada em quadrão.
Enquanto caço graveto
E ponho carne no espeto
Seriemas fazem dueto
No açude chora o carão
Nas noites no céu luzeiro
Galo canta no poleiro
Cedo levanta o vaqueiro
Na passarada em quadrão.
Cedo acorda o rouxinol
Nhambu ao sair do sol
Socó pesca sem anzol
Gavião faz perseguição
Pra pegar uma rolinha
Pescador pesca sardinha
Na capela a andorinha
A passarada em quadrão.
Como xexéu eu desperto
Ouço um tetéu esperto
Coruja pulando perto
O bem-te-vi é valentão
Lá no terreiro o capote
Na beirario três-pote
Tisiu cantando em pinote
A passarada em quadrão.
No açude a lavandeira
Também o fura-barreira
Corduniz na capoeira
Pardais em reunião
Em bando anda o jacu
Na carnice o urubu
Periquitos sem lundu
A passarada em quadrão.
Francisco Erivaldo Pereira
Alencar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário