Autor: Erivaldo Alencar.
Letra: 17 11 2017 e
música:
Com o que eu faço na vida
Que orgulho posso ter
Eu trabalho o dia inteiro
Pra ganhar o que comer
Vendo picolé na rua
Quem quiser poderá ver.
Ninguém pode imaginar
O sofrimento da gente
Que empurra um carrinho
Na rua diariamente
Pra ganhar uma ninharia
Tendo que enfrentar sol
quente.
A sorte tem sido ingrata
E não quer saber de mim
Nada que faço dar certo
Pra mim tem sido ruim
Deixo a pergunta no ar
Porque comigo é assim.
Sei que há gente por aí
Que quase sem se esforçar
Ganha bastante dinheiro
Sem a camisa suar
Ao contrário trabalho
muito
Pra poder pouco ganhar.
A minha vida é boa
Não troco pela de ninguém
A condição financeira
É que não está nada bem
Por isto tenho passado
Coisas que a ninguém
convém.
Dizem que eu sou artista
Que tenho capacidade
Que sou o maior poeta
Daqui da minha cidade
Me elogiam mas não
Me dão oportunidade.
Sei que não sou o maior
Também não sou o menor
Sei que não sou o melhor
Nem tão pouco o pior
Reconheço meu valor
Entre o maior e melhor.
Sou poeta cordelista
Pesquisador escritor
Tento fazer o melhor
Para mostrar meu valor
Mas não sou reconhecido
Na terra do lavador.
Que adianta ser poeta
Escrever com seriedade
Sem ninguém me dá a mão
Passo por necessidade
Vida que pareço ter
Não condiz com a verdade;
Sou um pobre infeliz
Por dia melhor espero
Mas esse dia não chega
O descaso não tolero
A vida que estou vivendo
Não é a vida que quero.
Com a idade avançada
Me encontro aposentado
Mas o que ganho é pouco
Estou muito endividado
Não posso pagar o que devo
Que devo tá atrasado.
Eu gosto de trabalhar
Para ganhar um bocado
Mas estou perdendo as
forças
Pois me encontro
adoentado.
Um acervo de doenças
Que tenho colecionado.
Eu quero fazer as coisas
Mas não consigo fazer
Quero ajudar mas não posso
Pois preciso receber
Viver a favor dos outros
Que orgulho posso ter.
Francisco Erivaldo Pereira
Alencar.
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