domingo, 3 de junho de 2012

1.368 – SOMENTE RESTA SAUDADE

Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 23 08 2011 e música;31 01 2012.


Distante da minha terra
Aqui tudo é diferente
Ninguém conhece a gente
Nesta terra de ninguém
A saudade me atormenta
A solidão me devora
Minha alma triste chora
Longe de quem quero bem.

Por este mundo jogado
O tempo se vai passando
E eu por aqui penando
Trabalhando sem descanço
Trabalho na esperança
De bom dinheiro ganhar
Pensando em poder voltar
Pra minha terra não canso.

À noite chego cansado
Deito-me pra descansar
Aí começo pensar
Na minha terra adorada
O pranto banha meu rosto
Doi muito meu coração
Com saudade do sertão
Deixo a cama molhada.

Inda lembro com tristeza
Quando fiz a despedida
Da minha mamãe querida
Do meu pai e meus irmãos
Quando a minha mãezinha
Chorando me abraçou
A Jesus me entregou
Beijando em minhas mãos.

O meu pai disse meu filho
Viaje com atenção
Leve Deus no coração
Jamais vá se envolver
Com drogas nem discussões
Nem com criminalidade
Do vício e da maldade
Procure se defender.

Não esqueço um só instante
Da noiva que lá deixei
Quantas noites que passei
Sem dormir pensando nela
Parece que estou vendo
Seu corpinho delicado
E sem ser por mim tocado

Dormindo sonho com ela
A velha casa de taipa
Onde nasci e me criei
Os caminhos que passei
Guardo com recordação
Também lembro o terreiro
Onde joguei futebol
As lindas tardes de sol
Engalanando sertão.

Inda lembro o juazeiro
O meu pé de cajarana
A meninada bacana
A vacarama no curral
As brincadeiras de rodas
O aboio do vaqueiro
O cantador violeiro
Festa de maneiro-pau.

Eu recordo as boiadas
Que cortavam estradão
As fogueiras de São João
Minha mãe arrumando lar
O meu pai com a viola
Fazendo cantoria
O nascer dum novo dia
Vendo a barra quebrar.

O açude de água doce
Eu recordo com saudade
Curtindo a mocidade
Nos banhos de cachoeira
Do trovão e da chuva
Das debulhas do feijão
Da cata do algodão
E o roço da capoeira.

Eu ainda muito jovem
Abandonei minha terra
Deixei o meu pé de serra
Pela vida na cidade
O tempo foi se passando
Sem minha terra voltar
E hoje do meu lugar
Somente resta saudade.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

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